BACTÉRIAS DA BOCA PODEM PROVOCAR INFECÇÕES GRAVES
- Carlos Katayama
- 23 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

Diversas bactérias vivem na nossa boca. Elas são importantes, participam do início do processo de digestão dos alimentos, mas podem causar infecções se estivermos vulneráveis. E se não for corretamente tratada, uma infecção no dente ou na gengiva pode virar um problema mais grave e se espalhar para outros órgãos.
A cavidade bucal possui uma quantidade enorme de micro-organismos, uma flora extremamente rica e diferenciada. Contudo, quando temos uma inflamação ou ferida na boca, essas bactérias podem se proliferar neste local vulnerável e formar um foco infeccioso.Não é só o tratamento de canal que pode causar uma infecção mais séria, mas uma gengiva inflamada, um problema periodontal [do tecido de sustentação dos dentes]. Quando isso ocorre o organismo emite sinais de alerta: dor, pus e febre.Infecção pode ser silenciosa
A infecção na boca pode, sim, ser silenciosa. Isso ocorre principalmente quando fazemos algum tratamento que acaba com a dor, mas não elimina o foco infeccioso – ou seja, as bactérias.
Exemplo disso é o chamado tratamento de canal, quando é necessário cuidar de problemas da polpa dentária, o tecido mole que fica no interior do dente. Uma cárie profunda ou uma fratura pode necrosar esse tecido com nervos e vasos sanguíneos, o que abre espaço para bactérias que causa infecção. Retirar o tecido elimina a dor.
Mas se o local não for bem desinfetado, as bactérias permanecem ali e podem causar problemas maiores.
Os micro-organismos que ficam vão se proliferando, se infiltrando em tecidos mais tênues, mais frágeis, não só pelo osso. Dessa forma, a infecção pode se espalhar para a mandíbula ou maxilar da boca, e dali para outras partes, como órgãos do tórax, face e região intracraniana.
Bactérias se espalham pelo corpo
As bactérias podem se espalhar tanto por proximidade como através da corrente sanguínea. Um problema comum decorrente de infecções graves na cavidade bucal é a colonização por bactérias de válvulas cardíacas e outras partes do coração – chamado de endocardite bacteriana.
As bactérias que provocam infecções na boca também são combatidas pelo próprio organismo, que pode evitar que elas se espalhem. Mas dependendo do grau de replicação e da agressividade da bactéria, ou se os anticorpos não a reconhecerem como invasor, pode ocorrer complicação.Além disso, pessoas que possuem as defesas naturais do organismo mais frágeis, como crianças pequenas e idosos, ou que tenham imunidade reduzida por causa de doenças, como pacientes com câncer, estão mais propensas a sofrerem consequências graves de infecções.Ida ao dentista e atenção aos sinais evita quadro grave.
Para evitar infecções, tratamentos dentários precisam seguir todos os procedimentos de assepsia, que impedem entrada de germes. No caso de um tratamento de canal, a restauração do dente deve ser bem finalizada e o paciente deve retornar ao dentista periodicamente para verificar se não há problemas. “Às vezes a pessoa acha que está tudo bem, mas tem problema no estômago, no coração. Na boca não é diferente.
A OMS (Organização Mundial da Sáude) recomenda a ida ao dentista ao menos uma vez por ano. Nas consultas, o dentista deve fazer higenização dos dentes, verificar se há fratura, cárie e inflamação na boca, e fazer radiografias em caso de maiores suspeitas. Em um tratamento dentário, o dentista poderá avaliar a necessidade do paciente tomar antibióticos para evitar infecções.
O tratamento de infecções é sempre feito com antibióticos, que podem ser tomados por via oral ou venosa, em quadros graves. É possível evitar quadros graves atentando para os sinais de infecção. São eles: dor, pus, sangramento e eventualmente febre.
Fonte: UOL Saúde
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